Jabá


Além do prato de comida nordestina, forte, porém delicioso, Jabá é o termo dado à cobrança que as rádios fazem com os artistas, para que as músicas dos respectivos toquem em suas programações.

Não se sabe ao certo quando deu início esta prática, nem com quem começou. Muitos dizem que o termo surgiu de uma frase de um apaixonado pelo prato nordestino “O jabá do almoço de hoje está garantido.”

Em 2006 a Câmara dos Deputados do Brasil condenou esta prática, penas que variam entre multas ou mesmo detenção foram criadas, porém todos nós sabemos que de fato, o Jabá ainda é cobrado. E as punições?

O que vimos nos últimos anos foi a descaracterização das rádios no Brasil, atualmente as rádios possuem listas de 10/15 músicas que ficam tocando o dia inteiro. Tive a experiência de ouvir a mesma música em uma estação outro dia em um intervalo de 2 horas. E com toda certeza não era uma das minhas favoritas.

O tiro saiu pela culatra, as gravadoras meio que dominaram as rádios, as rádios perderam sua identidade e seus fãs, os fãs deixaram de lado o hábito de ouvir rádio e consequentemente perderam o interessem em comprar CDs, as gravadoras deixaram de ganhar com venda de CDs e o que se viu nesta última década foi um crescimento absurdo de downloads e pirataria na web¹.

(Bons eram os tempos em que ligávamos nas rádios e ouvíamos as músicas que pedíamos ou aguardávamos alguma novidade bacana...)

O DJ acabou perdendo total função nas rádios, ficando à mercê de superiores que decidem o que vai e não vai para a programação.

Mas parece que começa a surgir uma Luz no fim do túnel. Emm São Paulo, há quase um ano, foi criado um programa chamado “Segunda-feira sem lei”, que conta com Pitty, Daniel (baterista do NX Zero) e Beto Bruno (Cachorro Grande). Um programa em que eles tocam o que querem e ainda tem uma seção chamada “Aposta”, opção bacana para bandas independentes. É pouco, mas visto que não temos absolutamente nada, já é algo que representa uma mudança que a nossa geração poderá acompanhar.

1 - Observação: não atingiu apenas a indústria fonográfica.

Agradecimentos: @Anlo_ pela montagem (:

8 comentários:

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  2. Grande Beto Bruno!

    Cara, aqui no Sul, nós temos a rádio Atlântida. Não sei se já ouvisse falar. Tem um programa, com o Mr. Pi, que o cara manda e-mail pra ele, e ele toca o que tu pede, mas ele toca também as músicas que ele curte. Música legal. Música boa.

    Anos atrás, essa rádio era dominada por essas tais músicas boas. Era rock, e rock de qualidade. Hoje em dia é tudo muito top. Misturam hip hop, "rock", pop, eletrônica, etc. Até no Planeta Atlântida, que é um evento deles.

    Só que, eu não enxergo isso tudo somente como culpa das gravadoras, e sim do modo como o meio musical vai crescendo. Hoje, temos, muito rock fulera. Principalmente aqui no Brasil. Muito pop de fora. Hip hop também. Isso dá dinheiro. Isso é o que a massa gosta. É díficil manter uma casa de festa numa cidade de interior sem pagode no Brasil. No caso da rádio, é a mesma coisa. Infelizmente!

    Ótimo post!

    (Apaguei o outro, para corrigir os erros)

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  3. Li,

    a massa gosta do que for 'dado' à massa. A partir do momento em que você escolhe o que quer para si, você se torna minoria e deixa de fazer parte da massa. Tudo é questão de uma tenDência, você pode seguir uma tendência ou a têndicia pode ser outorgada a você.
    Eu ouvi rádio dos meus 10 até 13/14 anos, depois começou a perder identidade e modifiquei essa prática, hoje escuto apenas estações de noticiários.

    Hoje em dia podemos encontrar muitos culpados, mas alguém iniciou isso e parte deste problema começou com as gravadoras, mas claro, envolve muito mais do que apenas eles. E nós, fatalmente não sabemos o que acontece dentro deste 'sistema'.

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  4. Tá, então, digamos que as bandas "boas" precisam de divulgação? Não acho isso, cada um escolhe o que quer ouvir, mas alguns escolhem ouvir o que os outros escutam. Tem banda que curte marketing, tem banda que não curte. As que não curtem, se reconhecem e isso basta.

    Acho que falta as pessoas procurarem por algo melhor, nem tudo é dado nas mãos. Problema é que quando tá feito, tá feito. Se conformam. As pessoas acabam dando dinheiro e a industria crescendo.

    Fora que, acredito que a maioria não dê muita importância para a música. Tu dá, eu sei. E eu também dou.

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  5. Alô Blazé, prazer e "sejemos" bem vindos! (Hahaha)
    Seguindo a linha da discussão, tem uma entrevista interessante do Lobão sobre isso: http://www.youtube.com/watch?v=2WxQ3x0izV4

    Eu acho o "Segunda-feira Sem Lei" uma iniciativa interessante, mas concordo com o Lobão quando ele diz "eu fico muito satisfeito em saber que às 9 da noite, num horário pobre, ainda tem essa brecha, mas a gente não quer esmola, simplesmente a gente é a melhor coisa que tem no Brasil", esse tipo de coisa tem que ir pra horário nobre mesmo.

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  6. Fala rapeize. Prazer é nosso hahaha.

    Bom, vamos lá
    Concordo com a citação do Lobão de não nos contentarmos com esmola e acho sim que tem muita coisa boa escondida no Brasil, em contrapartida = consigo analisar essa iniciativa do "Segunda-feira sem lei" super bacana, pois é o início de uma mudança, mudança que só será efetiva se nós, os reais consumidores de rádio, reivindicarmos o nosso tal direito de ouvir o que gostamos. Enquanto isso, teremos essa uma hora semanal.

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  7. Nao é só questão de procurar Lih! O sol nasce para todos, mentira isso!
    A internet está igual para todos, mas bandas menores não são acessadas.
    Se eu indicar uma banda grande, que já tem um certo mercado, ela será ouvida pelas pessoas. Se eu indicar a banda de um amigo que tem 100 seguidores no Twitter ou 50 plays no Myspace, por hora ela será ouvida, mas depois já será ignorada. Todos nós vivemos por tendência e somos preguiçosos o suficiente para procurar coisas novas. Descobrimos coisas novas para nós que já são reais para milhares de pessoas. Ontem olhei um perfil de um cara de Nova Jersey no Facebook que tem um site bacana de bandas na gringa, tinha relacionado 260 bandas no perfil dele e eu não conhecia NENHUMA. Pergunta se eu fui ouvir alguma. Claro que não. Sou preguiçoso, assim como todo mundo. Exceção? Dá pra contar nos dedos.

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  8. Rádio?? o que é isso?? Cara já tem mais de dez anos que não sei o que é rádio na minha cidade, tô falando de Rádio, Rádio mesmo!!! Sei bem como é essa história de "Jabá" já trabalhei numa emissora e sei como o troço funciona. Por aqui existiam grandes emissoras mas todas foram possuídas.Que pena, de resto só saudade. Viva a internet!!

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