Apanhador Só

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“Um velho cego certa vez me disse para eu me fiar na solidão. Que ela instrui os sentidos. Que há mais filosofia numa sola de sapato que num livro, que um armário sabe mais histórias que um museu. Então me veio essa de construir um parque de diversões onde a única coisa a tocar fosse Apanhador Só. Quando o parque vai ficar pronto? Talvez no dia de não-sei-eu-quando, pois que a experiência demonstra: tudo que é cheio de nove-horas envolve muito balangandã e dor nas costas. Mas demore o que demorar, eu espero, só para poder colocar lá dentro todos os serezinhos dessa mitologia muito da singular que a Apanhador inventa, essa ciranda de padeiros e teoria da relatividade, café solúvel batido sem açúcar, reis conselheiros, garrafas quebradas e histórias de pescador, como um coral de caipiras num picadeiro lamentando um amor perdido, ao som das trombetas plásticas que vêm de brinde nos sorvetes de maria-mole. É assim que vai ser, e eu já enxergo a fila no portão. Propus sociedade ao velho, mas ele me mandou catar coquinhos. Prefere trabalhar na bilheteria. O primeiro disco da Apanhador Só é o parque de diversões da minha solidão.”
Diego Grando
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Apanhador Só é uma banda de rock alternativo de Porto Alegre composta por Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Fernão Agra e Martin Estevez. Os rapazes, contando com alguma colaboração de fora, conseguiram gravar um disco no mínimo surpreendente, não só pela poesia das letras ou pelo encantamento das melodias, mas pelo experimentalismo ao pé da letra. Eles utilizaram instrumentos pouco comuns como percussão: da roda de bicicleta à sineta de recepção.
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Rock alternativo? Parafraseando, é meia resposta, Apanhador Só é "música popular com espírito aventureiro."
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Escute: Apanhador Só - Bem-me-leve
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Lembrando que a banda disponibilizou o álbum completo pra download no site oficial.
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